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Uma semana depois, Defesa Civil ainda mantém 'alerta máximo' para risco de colapso de mina em Maceió

Solo na área em que Braskem explorou sal-gema está afundando a 0,3 cm/h. Alerta só deve ser extinto quando movimentação parar completamente

Uma semana depois, Defesa Civil ainda mantém 'alerta máximo' para risco de colapso de mina em Maceió
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Por Michelle Farias, g1 AL

 

 

 

 

Nesta segunda-feira (4) completa uma semana desde o alerta de colapso em uma mina que pode abrir uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã em Maceió, e a Defesa Civil ainda mantém o estado de "alerta máximo". Isso porque a velocidade em que a terra cedia na região da mina da Braskem, no bairro do Mutange, era medida em milímetros por ano, mas agora a medida passou a centímetros hora, aumentando significativamente o risco.

 

 

Por mais que a gente, nas últimas horas, não tenha registrado sismos, essa velocidade de 0,3 cm/h ainda é muito elevada. Para você ter uma ideia, para que a gente entre em normalidade, é necessário [voltar a] milímetros por ano. Já teve momentos em que registramos 5 cm/h, mas ainda é uma velocidade considerável. Por isso se justifica ainda ficarmos em alerta máximo. A energia que se concentra ali é incalculável e imprevisível", disse o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Aberlado Nobre.

 

 

Ainda segundo Nobre, o solo continua cedendo em ritmo lento e já afundou desde o dia 28 de novembro 1,70 m. "Por isso é necessário manter o alerta, deixar a população informada para que aquela região seja evitada. Os pescadores também não devem entrar na área delimitada de segurança. É preciso que a população nos escute e tenha o máximo de atenção", disse.

Imagens mostram o comparatvo do avanoço da Lagoa Mundaú na região onde há grande risco de colapso em Maceió — Foto: Defesa Civil de Alagoas

Imagens mostram o comparatvo do avanoço da Lagoa Mundaú na região onde há grande risco de colapso em Maceió — Foto: Defesa Civil de Alagoas

A instabilidade no solo foi agravada por décadas de mineração feita pela Braskem e provocou a evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas. Somente um ano após o primeiro tremor de terra que abriu rachaduras em ruas e imóveis, em 2018, a empresa encerrou a extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC.

 

 

região tem outras 34 minas de responsabilidade da Braskem. Na área da mina 18, que pode colapsar, o solo cede 0,3 cm/h. Nas últimas 24 horas, desde a tarde de sábado (2) até a tarde deste domingo (3), o deslocamento de terra foi de 7,4 cm.

O Ministério de Minas e Energia afirmou neste domingo (3) que o afundamento do bairro de Mutange em Maceió está estabilizado e que, se houver desabamento, será "localizado".

Vale esse 01/12 Mina de extração de sal-gema em Maceió cede quase 2 metros em 72 horas — Foto: Arte/g1

Vale esse 01/12 Mina de extração de sal-gema em Maceió cede quase 2 metros em 72 horas — Foto: Arte/g1

A área no entorno do Mutange já foi completamente evacuada, assim como na maior parte dos bairros vizinhos, Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro. Segundo a Defesa Civil de Alagoas, o colapso da mina não representa mais risco para a população porque as regiões ocupadas estão a uma distância segura.

 

De acordo com a Braskem, a acomodação do solo da mina pode ocorrer de forma gradual até a estabilização ou de forma abrupta.

A mineradora afirma que vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025.

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