População está à beira de uma crise de fome.
Por g1
Membros da World Central Kitchen na Faixa de Gaza em 21 de março de 2024 — Foto: Reprodução/ @chefjoseandres
Um ataque aéreo na Faixa de Gaza aparentemente conduzido por Israel matou sete funcionários da ONG World Central Kitchen (WCK), nesta segunda-feira (1º). O grupo havia levado uma carga de alimentos por navio ao território palestino horas antes.
As forças militares israelenses afirmaram que estão analisando o que aconteceu "para compreender as circunstâncias desse trágico incidente".
Sabe-se que entre os mortos há um cidadão do Reino Unido, um da Austrália, dois dos Estados Unidos, um do Canadá e um da Polônia, além de um palestino.
A World Central Kitchen afirmou em comunicado que o ataque foi conduzido pelas Forças de Defesa de Israel e que a equipe da ONG estava viajando em uma zona sem conflitos, em carros blindados e identificados.
O fundador da World Central Kitchen, o chef espanhol Jose Andres, afirmou que a ONG perdeu "diversas irmãs e irmãos em um ataque das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza".
Ele disse também que "o governo de Israel precisa parar essa matança indiscriminada, precisa parar de restringir a ajuda humanitária, para de matar civis e funcionários de auxílio e parar de usar comida como arma. Chega de vidas inocentes mortas."
Já a CEO da ONG, Erin Gore, afirmou que está chocada com o acontecido.
“Este não é apenas um ataque contra a WCK, é um ataque a organizações humanitárias que aparecem nas situações mais terríveis em que os alimentos são usados como arma de guerra. Isso é imperdoável”, disse
Os funcionários da ONG haviam acabado de levar comida e outros itens de ajuda humanitária ao norte da Faixa de Gaza, onde a população está à beira de uma crise de fome.
Imagens em vídeo gravadas em um hospital na cidade de Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, mostra que alguns deles estavam com itens de proteção que tinham o logotipo da ONG.
A ONG enviou um navio com cerca de 400 toneladas de comida e itens de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O carregamento foi organizado pelos Emirados Árabes Unidos e pela World Central Kitchen.
No mês passado, a ONG fez a primeira entrega com 200 toneladas. Agora, a WCK disse que está pausando as operações de ajuda na região.
Os Estados Unidos devem começar a usar a rota marítima para fornecer ajuda à região norte da Faixa de Gaza, onde a fome é iminente.
A ONU tem uma agência especializada em atender os palestinos que atua na Faixa de Gaza, mas Israel proibiu essa entidade de fazer entregas no norte do território. Outros grupos de ajuda afirmam que enviar comboios de caminhões para o norte tem sido muito perigoso devido à falta de garantia de segurança por parte do exército.
A Corte Internacional de Justiça - principal órgão judicial da ONU - ordenou que Israel garanta a entrega de alimentos à população palestina na Faixa de Gaza
Campanha militar em hospital
O ataque aconteceu horas depois que as forças de Israel acabaram uma campanha de duas semanas no hospital de Shifa, o maior da Faixa de Gaza. O hospital ficou destruído, uma parte do prédio foi reduzida a cinzas.
Os militares afirmaram ter matado 200 militantes do Hamas durante a campanha, porém as agências de notícias não conseguiram confirmar se todos realmente pertenciam ao grupo terrorista. Os palestinos dizem que retiraram corpos de civis dos destroços.
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