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PF faz buscas em nova operação contra suposta espionagem ilegal na Abin; Ramagem é alvo

Policiais fazem buscas em gabinete e apartamento do deputado, que comandou Abin na gestão Bolsonaro; sete agentes da PF devem ser afastados dos cargos

PF faz buscas em nova operação contra suposta espionagem ilegal na Abin; Ramagem é alvo
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Por Isabela Camargo, Fábio Amato, GloboNews e TV Globo — Brasília

 

 
 
Alexandre Ramagem, cuja nomeação como diretor-geral da PF foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes — Foto: Adriano Machado/Reuters

Alexandre Ramagem, cuja nomeação como diretor-geral da PF foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes — Foto: Adriano Machado/Reuters

Policiais federais fazem buscas na manhã desta quinta-feira (25) em endereços ligados a suspeitos de participar de um esquema na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns.

O crime, segundo as investigações, envolvia o uso de ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis (celulares e tablets, por exemplo) sem autorização judicial e sem o conhecimento do próprio monitorado.

A GloboNews apurou que um deles é o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem, que comandou a agência no governo Jair Bolsonaro. Há buscas sendo conduzidas no gabinete de Ramagem e no apartamento funcional da Câmara hoje ocupado por ele.

 

Os nomes dos alvos não foram divulgados. Segundo a PF, além das buscas, há outras medidas alternativas à prisão sendo cumpridas, incluindo a suspensão imediata de sete policiais federais supostamente envolvidos no monitoramento ilegal.

Ao todo, a PF cumpre 21 mandados de busca e apreensão. São 18 em Brasília (DF), 1 em Juiz de Fora (MG), 1 em São João del Rei (MG) e 1 no Rio de Janeiro.

A operação desta quinta foi chamada de "Vigilância Aproximada" e é um desdobramento da operação "Primeira Milha", iniciada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta "FirstMile".

O mau uso dessa tecnologia de espionagem, desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), foi revelado em março pelo jornal O Globo.

 

A investigação da PF apontou que o software comprado pelo governo usava dados de GPS para monitorar irregularmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.

Naquele momento, quando a denúncia do uso do sistema veio à tona, a Abin confirmou ao g1 que utilizou a tecnologia. O programa foi comprado no fim do governo Temer, a poucos dias da posse de Jair Bolsonaro, e usado até parte do terceiro ano do seu mandato.

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