Operação já prendeu mais de 30 pessoas e cumpriu mandados em Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.
Por Gustavo Cruz, g1 Goiás
Carros desmanchados e empilhados para a comercialização de pelas, na Vila Canaã, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A operação que investiga um grupo suspeito de roubar veículos e vender as peças deles apreendeu peças de mais de 50 carros roubados em São Paulo e que foram enviadas por meio de cinco caminhões para Goiás. Segundo Rafaela Azzi, delegada responsável pelo caso, a apreensão causou um prejuízo de R$ 3 milhões ao grupo.
"Eu consigo apontar que nós apreendemos cinco caminhões com 50 veículos neles. Nesses cinco caminhões, considerando os valores das cargas e dos caminhões também, o prejuízo é de aproximadamente R$ 3 milhões", disse a delegada.
A operação, realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em conjunto com a Polícia Civil, aconteceu na terça-feira (23), quando foram cumpridos mais de 100 mandados de prisão, busca e apreensão. Segundo a delegada, cinco caminhões foram apreendidos fazendo o transporte das carcaças dos veículos roubados, na BR-153.
Como não tiveram os nomes divulgados, o g1 não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos.
Operação cumpre mandados de prisão contra suspeitos de vender peças de veículos roubados em Goiás — Foto: José Bonfim/CBN
Como o grupo agia
A investigação aponta que os criminosos montavam grupos para praticar os roubos dos veículos específicos para o mercado goiano no estado de São Paulo. Após o roubo, os carros tinham seus sinais de identificação adulterados e, logo após, eram enviados para Goiás, já desmanchados, onde as peças eram comercializadas na região da Vila Canaã, em Goiânia.
Segundo a PRF, 64 viagens feitas para transportar as carcaças de carros roubados foram monitoradas entre 2022 e 2023. Até a última atualização desta reportagem, 20 pessoas foram presas e 17 veículos foram apreendidos, oito deles já estavam prontos para serem desmanchados.
Segundo Rafaela Azzi, existem lojistas investigados por organizar a receptação das peças e os roubos que aconteciam em São Paulo.
"Nós temos investigado lojistas que organizam não só a receptação, a vinda desses carros pra cá já cortados e adulterados, mas temos lojistas que têm envolvimento direto no roubo que acontece lá no estado de São Paulo. Eles organizam grupo de pessoas pra assaltar um determinado modelo de veículo, que é o modelo visado no comércio aqui do estado", disse Azzi.
A investigação se iniciou há mais de um ano, após a PRF abordar um caminhão em Morrinhos, vindo de SP, com nota fiscal de carga de sucata de carros. A situação levantou suspeitas, uma vez que, geralmente, sucatas de carros são levadas para SP, e não trazidas para Goiás.
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