Em mensagem de Páscoa, Papa pede cessar-fogo em Gaza
O conflito entre Hamas e Israel também foi tema tratado pelo papa Francisco neste domingo, durante as celebrações de Páscoa. Em sua homilia, o pontífice renovou seu pedido por um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“Peço mais uma vez que o acesso de ajuda humanitária em Gaza seja garantido. E exorto, de novo, a libertação rápida dos reféns sequestrados em 7 de outubro”, disse.
A cerimônia, que marca a data mais importante da Igreja Católica, começou às 10h no horário local (5h em Brasília). O papa chegou de cadeira de rodas ao local. Depois da missa, saudou os fiéis a bordo do papamóvel, entre abanos e sorrisos.
O pontífice de 87 anos participou da cerimônia após cancelar, na última sexta-feira (29), sua presença nas celebrações da Via Sacra – uma decisão tomada para preservar a sua saúde para o fim de semana carregado de atividades, informou o Vaticano.
Na última segunda-feira (25), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução de cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
O texto, feito por um grupo de dez países com assento rotativo no Conselho de Segurança liderados por Moçambique, foi o primeiro a ser aprovado sobre uma trégua no território palestino.
A validação da resolução, no entanto, não é uma solução para a guerra. O desafio agora é garantir que os atores envolvidos nela – o governo de Israel e o grupo terrorista – cumpram as determinações exigidas no texto da ONU.
Isso porque, embora as resoluções do Conselho de Segurança sejam juridicamente vinculativas, na prática acabam ignoradas por muitos países. Após a medida, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu que o governo israelense acatasse a decisão do conselho.
Em janeiro deste ano, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) já havia decidido que o governo de Israel tomasse todas as medidas cabíveis para "prevenir um genocídio" na Faixa de Gaza. Na ocasião, no entanto, a Corte não acolheu um pedido de cessar-fogo imediato nos conflitos em território palestino.
A sentença da CIJ foi uma decisão inicial em resposta ao processo aberto pela África do Sul acusando Israel de estar cometendo genocídio com os bombardeios na Faixa de Gaza. O governo sul-africano pedia, entre outros pontos, uma medida cautelar estipulando uma pausa imediata nos ataques.
Em novembro, Israel e Hamas chegaram a fechar um acordo para libertar reféns em troca de uma pausa no combate. Do lado de Israel, 39 palestinos foram soltos, enquanto o Hamas libertou 24 reféns. Na ocasião, também foi instituída uma trégua de quatro dias no conflito da região.
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