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'Ninguém pode dizer que Lei Rouanet é para sustentar vagabundo', diz Lula

Declaração foi dada durante evento, em Recife, onde sancionou lei que regulamenta o Sistema Nacional de Cultura (SNC), conhecido como 'SUS da Cultura'

'Ninguém pode dizer que Lei Rouanet é para sustentar vagabundo', diz Lula
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Por Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília

 
 
 
Lula sanciona lei que regulamenta Sistema Nacional de Cultura (SNC) — Foto: Reprodução/CanalGov

Lula sanciona lei que regulamenta Sistema Nacional de Cultura (SNC) — Foto: Reprodução/CanalGov

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (4) que é preciso lutar contra os conservadores que são contra a cultura e contra a arte no Brasil.

Durante evento em que sancionou lei que regulamenta o Sistema Nacional de Cultura (SNC), em Recife, ele também defendeu a Lei Rouanet e afirmou que, agora, ninguém pode dizer que ela é para "sustentar vagabundo"

 

"Agora, nós temos um Sistema Nacional de Cultura. Isso significa que agora ninguém vai poder achar que extinguindo o Ministério da Cultura vai acabar com a cultura. Isso significa que ninguém pode ficar dizendo que a Lei Rouanet é uma lei para dar desfalque nos cofres do Tesouro para sustentar vagabundo", disse.

 

 
 

 

A fala de Lula vem em contexto de crítica à gestão passada, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Porque era essa imagem que tentaram passar dos criadores de arte desse país: um bando de vagabundo, que fazem coisas que não têm interesse para a sociedade, que mal educa as nossas crianças e os nossos adolescentes. Isso, num momento histórico em que a ignorância comandava o nosso país", completou.

 

'Lei Rouanet não é favor'

 

Em outro trecho do discurso, Lula argumentou que o propósito do incentivo foi desvirtuado. Comentou também sobre as dificuldades enfrentadas por artistas negros.

"A Lei Rouanet não é favor, a Lei Rouanet ela não dá dinheiro para o cara. Ele aprova um projeto, e o artista que teve o projeto aprovado, ele vai ter que correr atrás de dinheiro e, vou contar uma coisa para vocês: se ele for negro e pobre da periferia, ninguém quer dar dinheiro para ele. As pessoas querem dar dinheiro para outro tipo de artista", frisou.

 

O presidente destacou a importância de dar mais oportunidades os mais pobres.

"E nós precisamos fazer com que os mais humildes tenham acesso ao financiamento para apresentar sua música, sua arte. Porque, senão o país vai ser um país apenas de uma classe social. Não queremos um país em que seja uma supremacia branca de olhos verdes, não. Nós somos assim como nós somos, negros, brancos, pardos, porque somos resultado de uma mistura", prosseguiu.

Para Lula, há um desconhecimento sobre quanto a cultura move a economia do país.

"Tem muita gente que acha que a cultura não gera emprego. As pessoas não sabem que por trás de um violão que tá tocando um sambinha no bar tem um cara fazendo um batuque em um pandeiro, o outro batendo no bumbo, o outro na timba. E teve um cara que arrumou o som, preparou o microfone, viu se a caixa de retorno estava funcionando. E ainda tem alguém que fica contando para saber se o dinheirinho que foi contratado está entrando. Isso é uma coisa extraordinária, é uma geração de emprego que representa quase 3% do PIB nacional e a gente não sabe disso", justificou.

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