Por Jornal Nacional
Na Terra Santa, a guerra provocou o cancelamento das festas de Natal. E ela não teve trégua, na Faixa de Gaza.
Foi uma das noites mais mortais da guerra, que já dura onze semanas. O Ministério da Saúde do Hamas diz que ao menos cem palestinos foram mortos por dois ataques aéreos israelense a Maghazi e Khan Younis, no Centro da Faixa de Gaza. As forças de defesa de Israel disseram que estão verificando as informações, e acusaram o Hamas de operar em áreas densamente povoadas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu afirmou, no parlamento, que Israel não conseguirá libertar os reféns que ainda estão em Gaza sem aplicar pressão militar.
Ele foi interrompido por famílias de reféns que gritavam: “agora, agora”.
Em Nazaré, no norte de Israel, o Natal deste ano também sentiu os efeitos da guerra entre Israel e o Hamas.
Natal sem festa em Nazaré. — Foto: Reprodução/TV Globo
Na Basílica da Anunciação, que é onde os cristãos acreditam que Maria recebeu a mensagem do Arcanjo Gabriel de que Jesus seria concebido, o que a gente pode ver nesta segunda-feira (25) é que não tem quase nenhum visitante. Nessa época do ano, durante o Natal, geralmente, teria dezenas de milhares de pessoas visitando Nazaré: turistas, peregrinos cristãos, pessoas que querem ver o lugar onde jesus viveu. E o que a gente pode ver nesta segunda é que não tem quase ninguém celebrando.
Por causa do conflito, as luzes não foram acesas e quase não se vê decoração ou árvores de Natal, tão tradicionais da cidade.
“Algumas pessoas estão assustadas” diz a filipina Tess Fundamiera, que visita Nazaré todos os anos para, segundo ela, viver o espírito do Natal. “Estamos nervosas, mas, no espírito de Deus, somos corajosas.”
Nazaré é uma das cidades com maior população árabe de Israel. A maior parte da população é árabe, e um terço desses árabes são cristãos, como Maher Jadon.
Ele é de Nazaré e visita seis igrejas cristãs com a família todos os natais para ensinar às crianças sobre a igreja e o cristianismo.
“Neste ano há muita tristeza por causa da guerra. Não há amor”, diz Maher. “Também não montamos uma árvore em casa.”
Michael Haddad também é árabe cristão. A esposa chora ao lembrar da guerra e da tristeza no Natal deste ano.
“Não tem nada neste ano. É muito triste”, diz ele. “Jesus não iria querer algo assim. Jesus é paz.”
No comércio, a solidão dos vendedores e suas lembrancinhas paradas nas barracas. Enquanto a guerra continua, os cristãos de Nazaré celebram um Natal sem festa. Ao som de uma melodia de “Noite Feliz” que eles esperam que chegue logo.
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