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Mercosul se reúne nesta quinta com crise entre Venezuela e Guiana e às vésperas da posse de Milei

Bloco assinará acordo de livre-comércio com Singapura

Mercosul se reúne nesta quinta com crise entre Venezuela e Guiana e às vésperas da posse de Milei
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Por Guilherme MazuiPedro Henrique Gomes, g1 — Brasília

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comanda nesta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, a 63ª edição da reunião de cúpula de chefes de Estado dos países do Mercosul. O bloco é composto por Brasil, ArgentinaUruguai e Paraguai.

O encontro, no qual Lula passará a presidência semestral do grupo ao Paraguai, ocorre em meio à crise entre Venezuela e Guiana e três dias antes da posse de Javier Milei como presidente da Argentina. Na eleição, Milei derrotou Sérgio Massa, candidato governista apoiado por Lula.

 

 

O novo presidente argentino é crítico do Mercosul, mas sua equipe já declarou que apoia a conclusão do acordo comercial com a União Europeia.

As negociações para rever trechos do acordo entre os blocos sul-americanos e europeu devem se arrastar. Lula pretendia anunciar a conclusão das tratativas durante a reunião desta quinta - em visita à Alemanha, o presidente afirmou que vai insistir no acordo (veja abaixo).

Lula diz que vai insistir em tentativa de acordo do Mercosul com a UE
 
Lula diz que vai insistir em tentativa de acordo do Mercosul com a UE

A agenda prevê uma reunião entre os presidentes dos países do bloco no Museu do Amanhã, pela manhã, seguida de almoço e de outra reunião. O segundo encontro terá a presença dos chefes dos membros plenos do grupo, países associados e convidados.

 

 

Na reunião desta quinta será assinado o acordo comercial entre o Mercosul e Singapura. O acordo será o primeiro do bloco com o país asiático, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

Para entrar em vigor, o acerto ainda terá que ser confirmado pelos parlamentos dos países incluídos. O acordo busca ampliar os fluxos comerciais e dar maior previsibilidade e melhores condições para investimentos.

O governo brasileira estima que o acordo possa representar um aumento de R$ 28 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até 2041, além de R$ 49,1 bilhões a mais no fluxo comercial.

O Brasil exporta óleos combustíveis, carne suína, bovina e de aves, além de ferro para Singapura.

Segundo o governo, Singapura se comprometerá a zerar tarifas para todas as exportações do Mercosul, que, por sua vez, vai liberar tarifas de importação de 95,8% da produtos importados de Singapura.

 

 

O governo brasileiro informou que também está prevista para esta quinta a promulgação do protocolo de adesão da Bolívia ao Mercosul.

O Congresso boliviano ainda terá de aprovar a entrada do país do bloco, que tem uma série de etapas a serem cumpridas ao longo dos próximos quatro anos, conforme o Ministério das Relações Exteriores.

Última cúpula do bloco ocorreu em julho, na Argentina. — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Última cúpula do bloco ocorreu em julho, na Argentina. — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O Mercosul foi criado em 1991 para incentivar a integração entre os países da região e facilitar parcerias comerciais, políticas e diplomáticas.

Atualmente, a Bolívia é um estado associado ao Mercosul, ao lado de outros países como Chile, Peru e Colômbia. Os membros plenos são Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

A Venezuela chegou a entrar no Mercosul, mas está suspensa desde 2017 por descumprimento de algumas obrigações previstas no acordo. O país governado por Nicolás Maduro protagoniza o novo episódio de tensão na região ao pretender anexar a região de Essequibo, rica em petróleo, que pertence a Guiana.

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