Por g1 — Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com empresários sauditas na manhã desta quarta-feira (29), em Riade, capital da Arábia Saudita.
O compromisso ocorre no Hotel Ritz-Carlton, às 6h30 (horário de Brasília, seis horas a menos que o horário em Riade) e faz parte da agenda internacional de Lula pelo Oriente Médio. Essa é a primeira viagem do presidente desde que ele passou por um procedimento cirúrgico.
Lula participará, ainda, de um seminário, no mesmo local, onde serão apresentados produtos da Embraer — empresa brasileira fabricante de aeronaves — e da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil) para os estrangeiros. A previsão é de que esse seminário ocorra a partir das 8h30 (horário de Brasília).
Lula se encontra com príncipe herdeiro da Arábia Saudita
De acordo com a equipe de governo, após os encontros em Riade, Lula embarca, ainda nesta quarta, para Doha, capital do Catar. O embarque está previsto para 10h (horário de Brasília).
Encontro com príncipe herdeiro
Nesta terça-feira (27), Lula se reuniu com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, no Palácio Real Al Yamamah. Depois da conversa entre os dois líderes, houve uma reunião ampliada, com a presença de ministros e autoridades dos dois países.
Segundo o governo brasileiro, um dos pontos discutidos, além do fortalecimento da relação bilateral, foi o investimento US$10 bilhões que o Fundo Soberano Saudita planeja aplicar no Brasil, sendo US$ 9 bilhões já para os próximos sete anos.
Projetos na área de energia limpa, hidrogênio verde, defesa, ciência e tecnologia, agropecuária e aportes em infraestrutura conectados ao Novo PAC também foram abordados na reunião.
Segundo o Itamaraty, presidente quer atrair investimentos estrangeiros e também deve discutir durante a viagem temas como a revisão do acordo entre Mercosul e União Europeia e a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Lula se encontra, em Riad, com príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman — Foto: Ricardo Stuckert/ PR
Doha
A chegada em Doha está prevista para 10h50 (horário de Brasília). Na capital do Catar, Lula deve participar de fórum com empresários e se encontrará encontro com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, autoridade máxima do país.
Um dos temas que devem ser abordados, conforme o Itamaraty, é a guerra entre Israel e Hamas, já que o Catar ajudou a intermediar a trégua no conflito para liberação de reféns.
COP 28
A partir de quinta-feira (30), Lula estará em Dubai, nos Emirados Árabes, para a Conferência do Clima das Nações Unidas (ONU), a COP 28 — principal compromisso da agenda internacional.
O evento é considerado importante pelo governo brasileiros para captar recursos a fim de financiar a preservação de florestas e a transição energética. Lula entende que o Brasil tem condições de ser uma liderança global na área.
Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro deve apresentar uma meta mais ambiciosa de redução da emissão de efeitos estufas.
A nova meta deve passar a ser de redução de 53% das emissões até 2030 em relação às emissões de 2005, quando foi firmado o acordo de Paris.
A meta anterior se comprometia com corte de 50% das emissões até 2030. A meta para 2025 também será alterada: de 37% para 48%.
Berlim
Lula seguirá de Dubai para Berlim, com previsão de chegar no domingo (3) à capital da Alemanha para um jantar com o chanceler Olaf Scholz. No dia seguinte, os dois terão audiências de trabalho com a possibilidade de assinaturas de acordos entre Brasil e Alemanha em diferentes áreas.
Lula deve tratar com Scholz sobre as negociações para mudanças de trechos do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, anunciado em 2019, mas ainda em fase de revisão. Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai formam o bloco sul-americano.
O acordo só entrará em vigor após a aprovação pelos parlamentos dos países dos dois blocos. Os europeus apresentaram novas exigências na área ambiental e Lula defende mudanças no trecho sobre licitações feitas pelos governos.
O presidente deseja concluir essa revisão antes de encerrar o mandato rotativo à frente do Mercosul, no dia 7 de dezembro.
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