Governo israelense rejeita acusação de genocídio e acusa África do Sul de defender o Hamas
Por Jornal Nacional
A Corte Internacional de Justiça começou a analisar a ação da África do Sul que acusa Israel de cometer genocídio contra o povo palestino em Gaza. O governo israelense rejeitou o que chamou de difamação e acusou a África do Sul de defender o grupo terrorista Hamas.
No primeiro dia de audiências, representantes sul-africanos apresentaram os argumentos de acusação.
“Israel tem intenção genocida contra os palestinos em Gaza. Isso é evidente pela maneira como o ataque militar de Israel é conduzido”, disse o advogado da África do Sul.
O advogado citou falas de autoridades israelenses, como o ministro da Defesa, Yoav Gallant, como evidências do que seriam intenções genocidas de Israel.
A ação da África do Sul acusa Israel de violar a convenção internacional contra o genocídio. Segundo essa convenção, para qualificar o crime de genocídio é preciso cometer atos com a intenção de destruir total ou parcialmente um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
A África do Sul também pediu à Corte a suspenção imediata de todas as operações militares israelenses em Gaza. A resposta a esse pedido pode vir nas próximas semanas, mas esse julgamento sobre se o que acontece em Gaza é ou não genocídio deve demorar anos.
Caso o principal órgão judicial das Nações Unidas decida que Israel tem que parar a ação militar, o caso pode ser levado ao Conselho de Segurança da ONU. Lá, os Estados Unidos, que são aliados de Israel, têm poder de veto.
Israel vai se manifestar na sexta-feira (11) na Corte sobre as acusações da África do Sul. Nesta quinta-feira (11), o governo israelense, mais uma vez, rejeitou as acusações de genocídio e acusou a África do Sul de defender o Hamas. O primeiro-ministro israelense disse que o país está lutando contra terroristas e mentiras.
"Hoje, nós vemos um mundo de cabeça para baixo, onde Israel é acusado de genocídio em um momento em que está lutando contra um genocídio", afirmou Benjamin Netanyahu.
O primeiro-ministro lembrou que o Hamas estuprou, queimou, decapitou idosos, mulheres, crianças, e afirmou que a África do Sul "representa monstros" ao acusar Israel na Corte da ONU.
"Uma organização terrorista cometeu o pior crime contra o povo judeu desde o Holocausto, e agora alguém vem defendê-la em nome do Holocausto. Onde estava a África do Sul quando milhões de pessoas foram mortas ou arrancadas de casa na Síria e no Iêmen. E por quem? Pelos parceiros do Hamas", completou Netanyahu.
Na quarta-feira (10), o presidente Lula declarou apoio à ação da África do Sul na Corte Internacional. Nesta quinta (11), a Embaixada de Israel em Brasília afirmou que o Brasil deve levar em consideração que, segundo a definição da ONU para o termo genocídio, o principal é a intenção e que Israel não tem intenção de matar palestinos não envolvidos no conflito, apesar de o Hamas usar cidadãos como escudos humanos.
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