Equador mobiliza agentes das Forças Armadas e Polícia Nacional para combater criminosos
Por Jornal Nacional
Forças de segurança do Equador prenderam centenas de suspeitos de ligação com narcotraficantes. A situação no país ainda é de muita tensão.
Operações da polícia e do Exército tentam desmobilizar os grupos criminosos. A declaração de conflito armado interno dá poderes extras aos militares, que podem entrar e vistoriar propriedades sem ordem judicial.
Pelo menos 22 mil agentes das Forças Armadas e da Polícia Nacional estão mobilizados no país. A polícia vem divulgando a prisão de traficantes. Com apreensão de drogas e armas em várias cidades.
Em uma casa, em Ibarra, no norte do Equador, um homem foi preso. As autoridades dizem que ele é um dos chefes da facção de narcotráfico “Los Lobos” e que apreenderam uma arma e dinamite na casa.
Já o chefe da facção na cidade de Pichincha, Fabricio Colon Pico, divulgou um vídeo nas redes sociais endereçado ao presidente Daniel Noboa afirmando que quer se entregar. Ele fugiu da prisão há dois dias e disse que corre risco de vida. O presidente disse que não vai negociar com terroristas.
Segundo o Exército, nos últimos dias, mais de 300 pessoas foram presas por conexões com atentados terroristas. No fim da noite desta quarta-feira (10), um ataque com explosivos na região de Orellana deixou um morto e cinco feridos.
Na capital, Quito, o policiamento se manteve reforçado no entorno do Palácio Corondelet, residência oficial do presidente e o movimento começou a aumentar, de novo, nas ruas. Mesmo assim, o medo continua. Uma mulher diz que a população não sabe se já é seguro sair pra trabalhar.
Taxa de homicídios no Equador se multiplicou por seis em menos de uma década
As forças de segurança bloquearam o acesso a uma rodoviária de Quito por causa de uma suspeita de bomba que estaria numa mala abandonada. Depois de uma varredura, a polícia afirmou que não havia explosivos no local.
Em Guayaquil, o transporte público ainda não foi normalizado. Carlos conta que está difícil pegar ônibus e que há preocupação com o que pode acontecer continua.
O brasileiro Thiago Allan Freitas, libertado nesta quarta após passar mais de um dia em poder de sequestradores em Guayaquil, usou as redes sociais para agradecer a ação da polícia.
"Esses homens são incríveis, foram muito rápidos. Estão a toda hora disponíveis, vendo se eu preciso de algo. Estiveram a toda hora com meus filhos. Só queria tranquilizar a todos, porque agora estou bem, o pior já passou", diz ele.
Em frente a presídios, parentes buscam notícias de guardas que ainda são mantidos reféns por detentos amotinados.
A luta contra as facções de narcotraficantes gerou uma rara união política no Equador. Por unanimidade, o Congresso aprovou um texto que respalda as medidas adotadas pelo presidente Daniel Noboa depois que a crise saiu de controle no país, no início da semana. Nesta quinta, ele apresentou os planos para duas novas prisões de segurança máxima.
Os novos presídios devem ter capacidade para 736 presos, separados em celas por periculosidade, com sistema de segurança de alta tecnologia. O presidente disse ainda que o combate ao terrorismo e ao crime organizado precisa ser reforçado com leis mais duras, juízes honestos e a possibilidade de extraditar criminosos mais perigosos.
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