Desistência de DeSantis deu mais fôlego a Trump, mas Nikki Haley, única concorrente do ex-presidente, pode surpreender em reduto mais moderado.
Por g1
Trump e então embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley; os dois são pré-candidatos à Presidência dos EUA pelo Partido Republicano — Foto: AP/Evan Vucci
Com um rival a menos, o ex-presidente Donald Trump chega fortalecido à segunda etapa de prévias do Partido Republicano —que ocorrem nesta terça-feira (23) no estado de New Hampshire e podem ser decisivas.
As prévias ocorrem em estados e territórios americanos ao longo do semestre e escolherão o candidato do partido à Presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro.
Trump vem de boas notícias: em 15 de janeiro, foi o vencedor com folga das prévias em Iowa, na abertura oficial da corrida eleitoral; no domingo (21), Ron de Santis, governador da Flórida e então rival de Trump como pré-candidato pelos republicanos, anunciou a desistência da disputa —e declarou apoio ao ex-presidente.
Assim, Nikki Haley, de perfil mais pragmático e menos conservadora, é a a única concorrente de Trump na indicação dos republicanos. Ex-embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), Haley terminou a prévia de Iowa em terceiro lugar, com 19% dos votos.
Uma pesquisa encomendada pelo Washington Post divulgada nesta segunda-feira (22) estima que 52% dos eleitores votarão a favor de Trump; Haley tem 34%.
A favor de Haley, pode pesar o fato de que os eleitores republicanos de New Hampshire terem perfil mais moderado que os de Iowa, mais conservadores e religiosos. Além disso, as primárias em New Hampshire ocorrem em esquema semiaberto —é só aparecer: eleitores que não estão registrados em nenhum partido podem ir aos locais de votação e votar.
Isso costuma ajudar candidatos mais moderados, caso de Nikki Haley.
Como será
Diferentemente de Iowa, as primárias de New Hampshire acontecem de forma direta: os eleitores do partido depositam seus votos diretamente – em Iowa, foram realizados os chamados caucus, o sistema de votação mais antigo ainda em vigor no EUA e na qual os eleitores fazem uma série de debates antes de manifestar seu voto, reunidos em grupos.
Nos EUA, o voto é indireto: eleitores escolhem, em votações realizadas por cada estado, representantes dos candidatos que querem eleger. Quem tiver mais representantes, também chamados de delegados, vence a disputa.
Em New Hampshire, está em jogo a escolha de 22 delegados, um número na prática pouco significativo diante do total de 1.215 delegados que um pré-candidato republicano precisa angariar para ser o escolhido pelo partido para concorrer à presidência.
Mas também pesa o fato de as primárias do estado acontecerem no começo da corrida, aumentando o fator simbólico.
Por isso, analistas disseram à imprensa norte-americana achar que, se Trump vencer ali, ele acabará se confirmando como o candidato republicano, já que ficará virtualmente quase impossível de sua concorrente vencer.
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