Eles sofrem com os bombardeios que não cessam, enquanto o governo brasileiro tenta uma solução para tirá-los de lá.

Hasan Rabee mora em São Paulo e chegou a Gaza para visitar parentes quatro dias antes do início do conflito. Desde então, ele tem procurado mostrar as dificuldades de quem está na região.

“Estou gravando aqui, não longe da minha casa, 1 minuto, 50 metros, um terror completo o que está acontecendo. Uma bomba. Tonelada, tonelada. Destruíram uma vila inteira”, diz Hasan em um dos vídeos.

A região mostrada pelo brasileiro era um local onde viviam palestinos que, segundo Hasan, não tinham qualquer relação com o Hamas.

“Mais ou menos 50 mortos no local. Ficaram dois dias retirando esses mortos. Triste e absurdo”, relata.

Na última sexta-feira (20), Hasan recebeu a notícia de que parentes dele também haviam morrido durante um bombardeio.

“Meu primo, a esposa dele, filhos deles todos, filhas deles todas, netos deles todos, foram assassinados por Israel. Ele estava no norte da Faixa de Gaza. Teve bombardeio perto da casa dele e a casa dele foi atingida.”

Outra brasileira que está na área do conflito é Shahed Al-Banna. Ela morava no norte da Faixa de Gaza desde 2021 e, atualmente, está em Rafah, ao lado da fronteira.

Shahed também tem se empenhado em mostrar o dia a dia em Gaza nas redes sociais (veja os vídeos na reportagem acima). Ela está na expectativa para deixar o território em guerra:

• “Espero que esse aqui vá ser o último dia para nós aqui em Gaza. Eu estou há uns quatro metros de distância do Egito. O muro é ali. Quando eu atravesso, já é o Egito”, disse em um vídeo gravado no último dia 15.
• No dia 16, no entanto, a mensagem era outra: “parece que vamos demorar muito ainda a sair desse país. Estou cansada. Perdi muito peso, de tão ansiosa que eu estou”.
• Neste domingo (22), Shahed falou que ainda não tem notícias de quando vai sair de Gaza.

Até o momento, o Itamaraty tenta retirar 26 pessoas da região através do Egito. São brasileiros e alguns parentes. E esse número pode aumentar.