Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden — Foto: REUTERS
A morte de três militares americanos na fronteira entre Jordânia e Síria aumentaram a pressão sobre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Foram as primeiras mortes de soldados americanos por fogo inimigo desde o início da guerra Israel-Gaza.
O ataque que matou soldados americanos teve como alvo uma base dos EUA no nordeste da Jordânia, perto da fronteira com a Síria. Acredita-se que um drone atingiu a base.
Três soldados dos EUA foram mortos e pelo menos 34 estão sendo avaliados por possíveis ferimentos, segundo autoridades dos EUA.
Os americanos atribuem o ataque a grupos militares apoiados pelo Irã. O Irã negou qualquer envolvimento.
A escalada acentuada da violência parece algo quase inevitável. Desde meados de outubro, as instalações militares dos EUA no Iraque e na Síria têm sido repetidamente atacadas por milícias apoiadas pelo Irã, ferindo um número crescente de soldados dos EUA. Segundo autoridades americanas, suas bases foram atacadas mais de 150 vezes desde o início do conflito Israel-Hamas.
Os EUA retaliaram diversas vezes, atingindo alvos em ambos os países.
Desta vez, no entanto, os EUA precisam decidir se responsabilizam o próprio Irã. E essa é uma opção repleta de riscos importantes.
"Iremos indicar todos os responsáveis em um momento e da forma que escolhermos", disse Biden, sem entrar em detalhes.
Os EUA sabem que precisam passar uma imagem de que estão trabalhando para proteger as vidas dos seus militares.
Críticos de Biden vão acusá-lo novamente de ser "brando com o Irã". Mas seu objetivo tem sido travar guerras distantes com linhas claras para evitar arrastar os americanos para um combate que exigiria demais do país.
Tanto Washington como Teerã, há muito presos ao seu antagonismo, conseguiram cautelosamente evitar um confronto direto.
O Irã, também sob pressão interna, conteve-se nos seus ataques contra instalações israelenses ou americanas em retaliação pelo assassinato dos seus principais comandantes da Guarda Revolucionária, que atribui a Israel.
No início deste mês, na sua primeira resposta direta, o Irã concentrou o seu fogo no que foi considerado um "alvo fácil" ao atingir o que chamou de base da agência Mossad de Israel no Curdistão iraquiano.
Os EUA, apoiados pelo Reino Unido e outros, lideram a campanha contra os houthis do Iêmen, mas isso não impediu os ataques a navios na rota marítima vital do Mar Vermelho.
Agora os EUA precisam enfrentar outros grupos apoiados pelo Irã defendendo seus interesses, mas sem colocar esta região volátil numa outra espiral perigosa.
Trump e republicanos
O ex-presidente Donald Trump, pré-candidato republicano nas eleições deste ano, disse que o ataque "nunca teria acontecido" se ele fosse presidente.
Apesar das declarações de Trump, forças americanas na Síria foram atacadas várias vezes durante o seu mandato, entre 2016 e 2020, incluindo um ataque que matou quatro soldados.
A rival de Trump na disputa pela candidatura presidencial republicana, Nikki Haley, pediu orações às famílias das vítimas.
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse: "O mundo inteiro agora está esperando sinais de que nosso presidente está finalmente preparado para exercer a força americana para obrigar o Irã a mudar o seu comportamento. Os nossos inimigos estão se sentindo empoderados".
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