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Após ser alvo do Irã, Paquistão contra-ataca com mísseis e EUA voltam a bombardear alvos rebeldes no Iêmen

O Oriente Médio vive nesse momento uma escalada de violência sem precedentes na história recente da região

Após ser alvo do Irã, Paquistão contra-ataca com mísseis e EUA voltam a bombardear alvos rebeldes no Iêmen
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Por Jornal Nacional

 

O Oriente Médio vive clima de guerra; são os ecos do conflito entre Israel e os terroristas do Hamas.

Paquistão atacou o Irã com mísseis e drones; pelo menos nove pessoas morreram. O governo paquistanês disse que os ataques atingiram esconderijos de terroristas. Foi uma resposta a bombardeios recentes do Irã.

Faz tempo que os dois países se acusam de abrigar grupos militantes que realizam ataques ao longo da fronteira. O Irã afirmou que o alvo dessa vez era o grupo militante sunita Jaish al Ad. Segundo as autoridades iranianas, o grupo tinha atacado, na fronteira, as forças de segurança do país.

Na segunda-feira (15), a chamada Guarda Revolucionária do Irã, principal força do Exército deles, bombardeou grupos rebeldes também no Iraque e na Síria.

O Oriente Médio tem hoje vários focos de crise. A região abriga países dessa área que vai do leste do Mediterrâneo até o Golfo Pérsico e vive uma teia de conflitos. São vários os países e os grupos envolvidos, há décadas, em disputas interligadas entre si, e a escalada atual chama atenção.

São vários os países e os grupos envolvidos, há décadas, em disputas interligadas entre si no Oriente Médio — Foto: JN

São vários os países e os grupos envolvidos, há décadas, em disputas interligadas entre si no Oriente Médio — Foto: JN

O estopim foi o ataque do grupo terrorista Hamas ao sul do território de Israel no dia 7 de outubro; 1.200 pessoas foram assassinadas e aproximadamente 240 sequestradas; 132 pessoas são reféns até hoje.

As forças israelenses têm atacado a Faixa da Gaza desde então, com o objetivo de acabar com o grupo terrorista.

Nesta quinta-feira (18), no sul de Gaza, em Rafah, um ataque de Israel atingiu uma casa e matou 16 pessoas, incluindo crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que afirma: os bombardeios israelenses já mataram 24.620 palestinos.

Ainda em outubro, entrou em cena o Hezbollah, grupo rebelde do Líbano financiado pelo Irã. O Hezbollah foi criado com o objetivo de destruir o Estado israelense e tem feito ataques ao norte de Israel pra defender o Hamas e desestabilizar as tropas israelenses.

Algumas semanas depois, outro grupo rebelde entrou no jogo: os Houthis, que são do Iêmen e também financiados pelo Irã. Eles vêm ganhando protagonismo no conflito.

O grupo está atacando navios mercantes do Ocidente que passam pelo Mar Vermelho, no sul de Israel. O Mar Vermelho é estratégico demais porque é, além do Mediterrâneo, o único ponto de entrada e saída de Israel pelo mar, e é também uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. Dá acesso ao Canal de Suez; 12% dos cargueiros do mundo passam por lá.

 

"Por trás da palavra Houti está Mar Vermelho. Atrás do Mar Vermelho está 40% da comercialização de petróleo. É isto que mais assusta o mundo ocidental", ressalta o professor Leonardo Trevisan.

 

12% dos cargueiros do mundo passam pelo Mar Vermelho — Foto: JN

12% dos cargueiros do mundo passam pelo Mar Vermelho — Foto: JN

Os Estados Unidos fizeram, nessa quinta, novos ataques contra alvos dos Houthis. O Pentágono informou que destruiu 14 mísseis que estavam prestes a serem lançados pelos rebeldes. Os Houthis já fizeram, desde novembro, mais de 20 ataques a navios de diferentes países.

O que se vê agora, de uma semana pra cá, é a participação mais direta dos Estados Unidos e também do Reino Unido nessa história. Em retaliação aos Houthis, os dois países já bombardearam mais de 60 alvos do grupo rebelde no Iêmen, inclusive na capital do país. E assim, o Oriente Médio vive nesse momento uma escalada de violência sem precedentes na história recente da região.

O professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, destaca o papel que o Irã, que financia os Houthis, o Hezbollah e apoia o Hamas, exerce hoje nessas disputas no Oriente Médio:

 

"Ele quer mostrar que ele avança em outros territórios. Para isso, é exatamente o que disse o ministro iraniano: 'nós não temos limites'. E a realidade é que eles têm força, sim, para fazer valer suas palavras, tanto como uma reserva bem localizada e bem forte de mísseis, como com armamento nuclear. Mais de 120kg de urânio enriquecido, que é possível fazer pelo menos três bombas atômicas com a potencialidade de Hiroshima. É suficiente para incendiar a região e é suficiente para o projeto regional de poder do Irã".
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